25 de set. de 2009

A verdadeira doutrina está sendo distorcida e esquecida.



Tenho percebido que parte dos evangélicos estão vivendo um estranho tipo de evangelho nesses dias.
O sensacionalismo que explora a emoção para manipular em nome do Espírito Santo traz como consequência comportamentos absolutamente contrários aos ensinos bíblicos.
Doutrinas e práticas litúrgicas estranhas têm se multiplicado em nossas igrejas: "Sapatinho de fogo, unção do cajado, do riso, do leão, da urina, galo que profetiza, unção do cachorro, do uivo, kung-fu", entre tantas outras mais, me faz abordar esse assunto.
Talvez ao ler este texto você esteja dizendo: quem somos nós para julgar alguém?
Paulo nos ensina em ICo 5:12 a discernir o que acontece dentro da igreja em todos os níveis. Ora, quando o Senhor Jesus nos advertiu acerca do juízo temerário (Mt 7:1-6), Ele não estava declarando pecaminoso toda e qualquer forma de juízo.
Dentro do contexto de Mateus nosso Senhor nos induz a discernir quem é cão e porco para que não se desperdice a graça de Deus. Ele mesmo nos ordena exercer o discernimento, um dom bastante ignorado, e talvez o mais odiado hoje em dia.
Cristo julgou quem era os escribas e fariseus pelo seu comportamento hipócrita e doutrinariamente distorcido (Mt 23:1-36). Se julgar (discernir) não é o papel de um homem de Deus, então creio que tanto os profetas do Antigo Testamento como os apóstolos devem ser despidos deste título! O que falar então dos crentes de Beréia? Diz a Bíblia que eles não engoliam qualquer ensinamento, antes pelo contrário, verificavam se o ensino estava de acordo com a sã doutrina.
Creio que boa parte dos nossos problemas eclesiásticos se deve ao fato de termos abandonado as Escrituras. Não tenho a menor dúvida de que somente a Bíblia Sagrada é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; é o árbitro de todas as controvérsias, como também a norma para todas as decisões de fé e vida.
É indispensável que entendamos que a autoridade da Escritura é superior à da Igreja, da tradição, bem como das experiências místicas adquiridas pelos crentes.
Como discípulos de Jesus não podemos relativizar a Palavra Escrita de Deus, ela é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos.
O reformador João Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro.
Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento. Precisamos, de verdade, é retornar aos tempos dos "joelhos calejados", tempos em que gastávamos horas meditando na Palavra do Senhor individualmente, tempos em que chorávamos diante do Pai por sermos pecadores e não merecedores de tanto amor, tempos em que havia união entre as igrejas de Cristo, tempos em que pastores eram respeitados e não invejados por outros pastores.
Um dia retornaremos a essa condição.
Comentado por Pb. Gustavo Matos